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img. encontrada aqui

passeio de domingo

viagem pelos bastidores do filme "Passeio de Domingo" de José Miguel Ribeiro, o mais recente filme de animação do autor de A Suspeita.

Museu da Marioneta
Horário: de 3ª feira a Domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
Entrada Livre
até 12 de Abril

noite dentro

Três Desejos

Eva Mejuto e Gabriel Pacheco (ilustrador)
colecção Contos de boca em boca, OQO

Quantos sonhos cabem em três desejos?

uma lua-novelo vai tecendo a sorte dos protagonistas deste conto adaptado da tradição oral .
dois velhinhos vão espreitando o futuro e enquanto imaginam o que fazer com os três desejos oferecidos, descobrem que a sorte é caprichosa. a noite ilustrada por Gabriel Pacheco, tem a espessura de um afago: atrai e envolve.(clicando nas imagens vamos pela noite dentro)

dia mundial do teatro

«Um Homem que queria um barco…
Um Rei a quem só interessam Ilhas Conhecidas…
Uma Mulher da Limpeza que decide só limpar barcos…
Um Capitão do Porto rezingão…
Dois Marinheiros maus…
Dois Narradores e dois Técnicos a ajudar à festa…
Um palco aberto…
De Palácio em Cais…
De Cais em Barco…
De Barco em Ilha…
Um Sonho…
Uma Vontade de ferro…»

amanhã, 27 de Março, é Dia Mundial do Teatro (a mensagem de Augusto Boal, aqui).
por Lisboa as alternativas para os mais jovens são poucas e algumas de fugir, mas esta peça
d' A Barraca, adaptação do conto de José Saramago, é um lugar poético e seguro onde fazer a festa (img. e texto daqui)

o livro infantil na praça

«Para celebrar o Dia Internacional do Livro Infantil, a Câmara Municipal de Lisboa organiza, a partir do dia 27, uma festa dedicada aos leitores mais novos, com venda de livros, oficinas e sessões com escritores, refere a Lusa.

José Pedro Soares, da «Caminho Divulgação», explicou que o objectivo é ter um programa alargado de celebração do Dia Internacional do Livro Infantil, que se celebra a 02 de Abril, com vista a atrair público mais novo para a leitura.

A primeira «Festa do Livro Infantil de Lisboa» decorrerá até 05 de Abril numa tenda na Praça da Figueira e contará com a participação da 40 editoras que publicam livros para a infância e juventude.

A iniciativa da autarquia conta com o apoio do Plano Nacional de Leitura, União de Editores Portugueses e Caminho Divulgação, da editorial Caminho.

Durante uma semana e meia estão previstos ateliers e sessões de leitura de contos, com a participação de técnicos da Rede Municipal de Bibliotecas de Lisboa, e encontros e sessões de autógrafos com escritores e ilustradores.

Estão confirmadas as presenças de Ana Maria Magalhães, uma das autoras da colecção «Uma aventura», da ilustradora Danuta Wojciechowska, Prémio Nacional de Ilustração, Carla Maia de Almeida, Alice Vieira, Matilde Rosa Araújo, Inês Pupo e Gonçalo Pratas.

O Dia Internacional do Livro Infantil celebra-se no dia do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.»(informação daqui)

rosa do mundo

Rosa do Mundo — 2001 Poemas para o Futuro
2001, Assírio e Alvim

Manuel Hermínio Monteiro, no editorial desta pérola, antologia de poemas de todo o tempo e de todo o mundo, escreveu assim : «Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficaram, que ela se instalou no seu coração.»

lustro do dia: Joanna Concejo

L' angelo delle scarpe

Giovanna Zoboli e Joanna Concejo
da editora Topipittori

belíssimas estas ilustações da artista polaca Joanna Concejo

(via Book By Its Cover)

primeiro poema

Poema da auto-estrada

Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.

Leva calções de pirata,
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina
de impaciente nervura.
Como guache lustroso,
amarelo de idantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.

Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa de lambreta.

Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa, e bem segura.

Como um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta
lembra um demónio com asas.

Na confusão dos sentidos
já nem percebe, Leonor
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.

Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa de lambreta.

António Gedeão, Poesias Completas

tinha dez anos quando a poesia me chegou e trazia forma de rebeldia e liberdade. vinha de lambreta e na brasa, numa folha que a professora Cesaltina me colocou na mesa, dizendo-me que "aquele" era "o meu poema". porque tinha lá dentro o meu nome e porque eu era a miúda mais acelerada da turma. esperou que eu o lesse, olhasse para ela e perguntasse. de alizarina, idranteno, volúpia e companheiros não percebia nada, mas não me importei com isso. não perguntei logo nada. só depois de a ouvir ler o poema que era meu, meu inteiro e que me parecia o infinito.

mundo vegetal

img. Cristina Valadas

AS ÁRVORES E OS LIVROS

As árvores como os livros

têm folhas e margens lisas ou recortadas,

e capas (isto é copas) e capítulos

de flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas

as mais fantásticas aventuras,

que se podem ler nas suas páginas,

no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,

e até há florestas especializadas,

com faias, bétulas e um letreiro

a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar

no teu quarto, plátanos ou azinheiras.

Para começar a construir uma biblioteca,

basta um vaso de sardinheiras.

Jorge Sousa Braga, Herbário

Assírio & Alvim, 1999


inevitável quando é 21 de março!

solstício

(img. Elena Odriozola)

Flores

Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.

Sophia de Mello Breyner

poesia na escola

«Qual o lugar da poesia no nosso ensino? Até que ponto os jovens adquirem a noção da importância das palavras, entendem o que vale o uso de uma palavra face a uma outra palavra possível, ou como as palavras têm efeitos, efeitos de riso, de deslumbramento, de poder, de corrupção, de sedução, de envolvimento, de compaixão, de clemência, de beleza pura, de infinito? Porque o uso das palavras, a jubilação da palavra certa por fim encontrada, a modulação do encontro na rede oscilante das palavras, tudo isso se pode aprender, e tudo isso pode alterar uma vida, uma relação, um momento de desânimo, um começo de noite.»

Eduardo Prado Coelho, «Entre uma nuvem negra e uma nuvem branca» in revista Relâmpago nº 2, Fundação Luís Miguel Nava

sobre as árvores

a comemorar o dia mundial da Poesia, a Casa Fernando Pessoa convida-nos, a partir de hoje, para um passeio sobre as árvores do Jardim da Parada (Campo de Ourique).
até ao dia 22.
o programa aqui

até logo

vou ter que atinar e livrar-me do que ando a acumular há umas semanas.

quase primavera

img. Selda Soganci

agora é o tempo de acordar com os melros, os pardais e todos os pássaros das árvores dos quintais das traseiras, e lembrar-me de Virginia Astley (with my eyes wide open i'm dreaming)

full moon

(img. de Elena Odriozola)

dentes afiados

"Little Jack Snapper, believed that he had, the sharpest teeth in his town, boy he thought he was bad......."

(clique para ver em fullscreen)

Glenn Tucker

feel like this

mess (img. Giselle Porter)

noite na floresta

imagens do livro Last Nigth (menção honrosa em Bolonha), primeira obra da ilustradora sul-coreana Hyewon Yum (img.daqui)