É um peixe mas não se pode comer. Um arenque, peixe que não se come assim sem mais nem menos. Chega pela mão da Bruaá, o primeiro petisco criativo do ano: Arenque Fumado, poema de Charles Cros (1842 – 1888), ilustrado por André da Loba. Logo que o apanhemos queremos prová-lo!
O arenque fumado
Era um grande muro branco – nu, nu, nu,
Posta no muro uma escada – alta, alta, alta,
No chão, um arenque fumado – seco, seco, seco.
Ele chega, trazendo nas mãos – porcas, porcas, porcas,
Um martelo pesado, um prego – bicudo, bicudo, bicudo,
Um novelo de fio – grosso, grosso, grosso.
Subindo então à escada – alta, alta, alta,
Espeta o prego bicudo – toque, toque, toque,
Ao alto do muro branco – nu, nu, nu.
Deixa fugir o martelo – que cai, que cai, que cai,
ao prego amarra a corda – longa, longa, longa,
E à ponta o arenque fumado – seco, seco, seco.
Volta descer a escada – alta, alta, alta,
Leva-a, e ao martelo – pesado, pesado, pesado.
E lá se afasta para – longe, longe, longe.
Então o arenque fumado – seco, seco, seco,
Na ponta da corda – longa, longa, longa,
Balança devagarinho – sempre, sempre, sempre.
E eu inventei esta história – banal, banal, banal,
Para enfurecer as pessoas – graves, graves, graves,
E divertir as criancinhas – pequenas, pequenas, pequenas.
Charles Cros
via
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