domingo, 20 de dezembro de 2009

a ponte do diabo


o tempo não chegou para ir, mas trouxe um livro que fala dela.




águas de Inverno, cascatas ruidosas, caudal assustador no Rabagão; um malfeitor e o diabo às voltas num desfiladeiro pedregoso. 
a alma vale uma ponte.



 um pároco e um ritual de salvação




e de novo, o rio para atravessar.



uma prece; milagre precisa-se: uma ponte por onde seguir caminho, indiferente seja o reino que a coloque ali.


"Pelo Deus das águas puras do Rabagão ou pelo Diabo das pedras negras, apareça aqui uma ponte de pedra!"



e o diabo não se faz rogado...




«És tu Satanás?»


« E de imediato atira o hissope da água benta que levava para aspergir o criminoso moribundo,em direcção à figura tétrica do diabo, que arreganhava os dentes brancos na outra margem da cascata.»



«Ouviu então, na confusão das águas em cachão, que até as pedras moldam ou furam,um estrondo de ficar surdo acompanhado de um cheiro a enxofre e o diabo desapareceu...»



Mas a ponte ficou.



Misarela, a ponte do Diabo
Padre António Fontes e Alex Gozblau
Editora Meiosdarte, 2005



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