sábado, 24 de outubro de 2009

imaterialidade



"Kubla
i pergunta a Marco, – Quando tornares ao Poente, repetirás à tua gente as mesmas histórias que me contas a mim?
– Eu falo falo – diz Marco – mas quem me ouve só fixa as pérolas que deseja. Outra é a descrição do mundo a que dás benignos ouvidos, outra a que correrá os grupos dos estivadores e gondoleiros nos canais da minha cidade no dia do meu regresso, e outra ainda a que poderei ditar em tardia idade, se fosse feito prisioneiro pelos piratas genoveses e posto a ferros na mesma cela com um escrivão de romances de aventuras. Quem comanda o conto não é a voz: é o ouvido."



img. Nora Sturges


"Embora situada em terreno seco, surge sobre altíssimas palafitas, e as casas são de bambu e de zinco, com muitos poleiros e varandas, postas a diferente altura, em andas que se sobrepõem umas às outras, ligadas por escadas de madeira e passeios suspensas..."(Zenobia)


As Cidades Invisíveis, Italo Calvino


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