sábado, 23 de setembro de 2017
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
domingo, 7 de maio de 2017
segunda-feira, 6 de março de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
"da imensa ausência"
Quando aqui não estás
o que nos rodeou põe-se a morrer
o que nos rodeou põe-se a morrer
a janela que abre para o mar
continua fechada só nos sonhos
me ergo
abro-a
deixo a frescura e a força da manhã
escorrerem pelos dedos prisioneiros
da tristeza
acordo
para a cegante claridade das ondas
continua fechada só nos sonhos
me ergo
abro-a
deixo a frescura e a força da manhã
escorrerem pelos dedos prisioneiros
da tristeza
acordo
para a cegante claridade das ondas
um rosto desenvolve-se nítido
além
rasando o sal da imensa ausência
uma voz
além
rasando o sal da imensa ausência
uma voz
quero morrer
com uma overdose de beleza
com uma overdose de beleza
e num sussurro o corpo apaziguado
perscruta esse coração
esse
solitário caçador
perscruta esse coração
esse
solitário caçador
Al Berto
(faria hoje 69 anos)
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Vejo a montanha à minha frente pousada
Sobre a água sempre verde, e penso na inutilidade
De tudo o que ela é, e na inutilidade de estar pensando nisto,
Quando um pensamento inútil me sugere
Que a montanha pode ser
Um pormenor pensado por ela
Na paisagem do meu próprio pensamento, para
Com isto me levar a pensar sobre pensamentos,
E não sobre montanhas, ficando ela, como antes,
Pousada na água sempre verde, sem ser
Pensada por ninguém.
Rui Costa, in A Nuvem Prateada das Pessoas Graves (Edições Quasi)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
domingo, 4 de dezembro de 2016
terça-feira, 22 de novembro de 2016
mundo vegetal
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
caderno de campo
Katie Daisy
How to be a Wildflower
Chronicle Books
Raízes e asas. Mas que as asas enraízem
e as raízes voem.
e as raízes voem.
Juan Ramón Jimenez
quinta-feira, 16 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
sexta-feira, 22 de abril de 2016
o riso que me prolonga
O ladrão de versos
Uma gargalhada do meu filho
rouba-me um verso. Era,
se não erro, um verso largo,
enxuto e musical. Era bom
e certeiro, acreditem, esse verso
arisco e difícil, que se soltara
dentro de mim. Mas meu filho
riu e o verso despenhou-se no cristal
ingénuo e fresco desse riso. Meu Deus,
troco todos os meus versos
mais perfeitos pelo riso antigo
e verdadeiro de meu filho.
rouba-me um verso. Era,
se não erro, um verso largo,
enxuto e musical. Era bom
e certeiro, acreditem, esse verso
arisco e difícil, que se soltara
dentro de mim. Mas meu filho
riu e o verso despenhou-se no cristal
ingénuo e fresco desse riso. Meu Deus,
troco todos os meus versos
mais perfeitos pelo riso antigo
e verdadeiro de meu filho.
Rui Knopfli
(parabéns, J.)
domingo, 20 de março de 2016
equinócio
Une minute de printemps
dure souvent plus longtemps
qu'une heure de décembre
une semaine d'octobre
une année de juillet(...)
Jacques Prévert
domingo, 14 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
a novela napolitana
o nytimes diz-nos quais são os melhores de 2015, e eu aguardo a tradução deste com comedida ansiedade.
(il. Emiliano Ponzi)
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
a ver estrelas
Mariana, a miserável |
A propósito de estrelas
Não sei se me interessei pelo rapaz
por ele se interessar por estrelas
se me interessei por estrelas por me interessar
pelo rapaz hoje quando penso no rapaz
penso em estrelas e quando penso em estrelas
penso no rapaz como me parece
que me vou ocupar com as estrelas
até ao fim dos meus dias parece-me que
não vou deixar de me interessar pelo rapaz
até ao fim dos meus dias
nunca saberei se me interesso por estrelas
se me interesso por um rapaz que se interessa
por estrelas já não me lembro
se vi primeiro as estrelas
se vi primeiro o rapaz
se quando vi o rapaz vi as estrelas
Adília Lopes
Quem Quer Casar Com a Poetisa?
Quasi Edições, 2001
terça-feira, 15 de setembro de 2015
blessing all your birthdays
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
trago-a comigo
Excerto
A mãe corta retalhos da paisagem
e cose-os uns aos outros, sendo que há
por ali um critério indecifrável
e não sabemos bem para o que olhamos.
Pois aquilo que corre está imóvel,
por exemplo, a água que essa mãe
com um gesto deteve e que, parecendo
cair, não cai.
Tornado vidro
o leito daquele rio,
como por acção de uma temperatura,
um vidro doce, ainda iluminado
pelo verão que entrou nele,
um vidro azul, malhado pelo frio
que o quis atravessar
e fracassou.
e cose-os uns aos outros, sendo que há
por ali um critério indecifrável
e não sabemos bem para o que olhamos.
Pois aquilo que corre está imóvel,
por exemplo, a água que essa mãe
com um gesto deteve e que, parecendo
cair, não cai.
Tornado vidro
o leito daquele rio,
como por acção de uma temperatura,
um vidro doce, ainda iluminado
pelo verão que entrou nele,
um vidro azul, malhado pelo frio
que o quis atravessar
e fracassou.
Hélia Correia, do poema “Mãe Cargaleiro (I)”
quarta-feira, 1 de julho de 2015
truz-truz
Margarida Mestre e António-Pedro criaram a música para acompanhar poemas próprios e de António Torrado, Fernando Miguel Bernardes, Luísa Ducla Soares, Sidónio Muralha e do cancioneiro popular.
as ilustrações são de Marta Madureira, em mais um título das "palavras que alimentam".
quarta-feira, 17 de junho de 2015
quarta-feira, 13 de maio de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
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